Amphicar, a alemã que tinha a água como caminho alternativo

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Nos anos 60, um fabricante alemão ficou famoso no mundo automotivo – e fora dele – por considerar a água um caminho alternativo. O nome era bem sugestivo e indicava a natureza de seu trabalho, a Amphicar. Fundada por Hans Trippel – designer alemão criador do Mercedes-Benz Gullwing e a Troll – no começo dos anos 60, a Amphicar se dedicou à produção de carros anfíbios, numa época que em que a extravagância ainda tinha mais influência que a praticidade.

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O misto entre carro e barco recebeu a denominação de Model 770 e era um conversível duas portas com 4,34 m de comprimento, 1,57 de largura, 1,52 de altura e somente 2,13 de entre eixos. O projeto de Trippel exigiu o uso de aço macio na confecção da carroceria, mas com tratamento especial contra corrosão . Ela tinha grandes ângulos de entrada e saída para poder ter um desempenho melhor na água. Os para-choques eram altos em relação ao solo e as rodas de banda branca ficavam bem mais próximas ao centro do veículo.

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As portas do Model 770 eram pequenas e bem altas, exigindo certo exercício para acessar o veículo. A medida era necessária por conta da área estanque da qual as portas tinha papel fundamental. Havia frisos laterais que também marcavam a linha d´água durante a navegação, ficando as rodas dianteiras parcialmente vistas. O escape era elevado e embutido na traseira, assim como a saída de água da bomba.

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Para mover-se dentro e fora da água, o Amphicar Model 770 utilizava inicialmente um pequeno motor traseiro de quatro cilindros com 1.147 cm3, que entregava 43 cv. Este propulsor movia o carro no solo com um câmbio manual de quatro marchas. Nesse caminho seco, o veículo alcançava bons 110 km/h.

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Nas águas

Quando o condutor achava uma rampa para acesso à água, o Model 770 entrava em primeira marcha e então tinha de ser colocado em ponto morto. A partir daí, uma segunda caixa de engrenagens com duas velocidades (avante e ré) era acionada para que o motor impulsionasse o Amphicar no meio líquido, utilizando para isso duas hélices não-retráteis colocadas na parte traseira do “casco”.

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A velocidade na água era de somente 7 km/h, mas garantia a diversão. Lembra das rodas parcialmente na superfície? Elas é que controlavam a direção do “barco” durante a navegação, mantendo assim a função da direção do Model 770, mas é dito que eram menos eficientes que um leme comum.

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Para um melhor desempenho na água, versões posteriores ganharam motores 1.3 e 1.5, chegando a alcançar 76 cv. A flutuabilidade do Amphicar Model 770 era garantida por uma bomba d´água, mas dizia-se na época que um exemplar em boas condições não necessitava dela e podia ficar atracado num pier por vários dias sem registrar entrada de água.

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A Amphicar começou a produzir em série o Model 770 no ano de 1961, mas pouco menos de 4 mil unidades foram feitas até 1965, quando foi encerrada. Boa parte foi exportada para os EUA e, posteriormente, o anfíbio alemão tornou-se famoso em produções cinematográficas entre 1965 e 2016.

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Além isso, o Model 770 foi protagonista pela viagem através do rio Yukon, no Alasca, em 1965. Três anos depois, da mesma forma, dois exemplares atravessaram o Canal da Mancha com ondas de 6,1 m e fortes ventos. O ex-presidente americano Lyndon B. Johnson foi um proprietário de Amphicar e brincava com convidados em sua propriedade, simulando falta de freios antes de entrar na água. No Brasil, em 2013, um exemplar do modelo chamou a atenção da imprensa em Manaus.

Fonte: Notícias Automotivas