Sem fila e sem estresse: veículos elétricos garantem o deslocamento e a manutenção de serviços

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Ônibus elétrico. Crédito: Soninha Vill

Na contramão dos veículos à combustão, os veículos elétricos apareceram nesta semana como uma solução à crise da falta de combustível. O principal motivo para isso é a facilidade de recarga, que no caso dos veículos elétricos, pode ser feito em qualquer lugar, onde esteja disponível pontos de recarga.

A facilidade é tanta para alguns veículos elétricos, como scooters e bicicletas, que é necessário somente uma tomada para conseguir utilizar o meio de transporte plenamente. Já no caso dos carros, além da garagem de casa, alguns shoppings e estacionamentos já dispõem mecanismos de recarga. No Brasil, esse serviço ainda é gratuito e serve como cortesia para atrair consumidores.

Por essa razão, os usuários de veículos elétricos não sofreram grandes mudanças no seu cotidiano nos últimos dias. Os trens, os VLTs, os metrôs e os carros elétricos não pararam, muito menos os usuários que utilizam esses tipos de transporte.

Foi o caso do arquiteto e diretor da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Inteligentes (ABRAVEi) Rogério Markiewicz, que é condutor de um carro elétrico. Morador de Brasília, ele contou que não passou por dificuldades nos últimos dias. Markiewicz, no entanto, passou por uma situação curiosa. Ele precisou ir ao posto de gasolina esta semana, mas não enfrentou filas, pois não foi abastecer, somente lavar o automóvel.

Segundo Markiewicz, houve um aumento de interesse das pessoas por veículos elétricos nos últimos dias. “Eu fui parado na rua várias vezes”, explicou. “ Quando as pessoas são afetadas diretamente nos seus direitos de ir e vir; afetadas no seu dia a dia, elas percebem que existe possibilidade de mudar de conceito de vida”, observou.

Trabalho

No caso das pessoas que usam os veículos elétricos para trabalhar, esses últimos dias mostraram que a escolha pela propulsão elétrica foi acertada. Em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, parte dos ônibus pararam nesta sexta (25), mas os metrôs e VLTs não.

A jornalista Gleice Mere, também de Brasília, utiliza metrô para ir e voltar do trabalho. Ela tem um carro à combustão, mas prefere utilizar o transporte coletivo. Nos últimos dias, as mudanças no trânsito não a afetaram, apesar dela ter percebido um aumento no fluxo de pessoas utilizando o modal. “No metro eu não pego engarrafamento. Ganho uma hora por dia para ler e trabalhar, o que eu não conseguiria fazer se andasse de carro”, contou.

Alguns usuários da mobilidade elétrica, no entanto, sofreram com a crise, mas não diretamente.

O condutor paulista de uma scooter elétrica Leonardo Celli, membro da ABRAVEi, foi uma das pessoas que passou por isso. Na empresa em que trabalha, muitos funcionários não tinham como ir ao trabalho, em vista da falta de combustível. Por isso, parte da empresa teve que fazer home office. O mesmo aconteceu com sua esposa Fernanda Vello Celli, que é condutora de um carro elétrico. Ela teve as aulas da faculdade cancelada por causa da falta de combustível. Os dois tinham como se locomover, mas, como os outros não tinham, acabaram ficando em casa.

Celli acredita que se mais pessoas no Brasil utilizassem veículos elétricos, tanto para transporte de pessoas quanto para de cargas, essa crise seria menor. De acordo com ele, a mobilidade elétrica é uma consequência de uma preocupação maior ligada ao consumo consciente e à sustentabilidade.

Serviços

No que diz respeito à serviços básicos, como a coleta de lixo, a mobilidade elétrica também se mostrou uma solução no Rio de Janeiro, onde um caminhão elétrico está funcionando plenamente, enquanto os outros à combustão começam a indicar que não irão rodar nos próximos dias, caso não haja um reabastecimento.

É o caso da empresa de coleta de lixo Clean Ambiental. O engenheiro ambiental José Dias, funcionário da Clean, contou que as frotas à combustão da empresa estão em “uma situação crítica”, já o veículo elétrico continua funcionando naturalmente. Para ele, essa situação abre o questionamento sobre investir mais em mobilidade elétrica. “Se a gente tivesse uma frota completa de elétricos, a gente não teria a preocupação de parar”, afirmou.

Parar também não é uma preocupação da mobilidade elétrica. Cada vez mais, sem estresse e sem fila, ela se mostra como uma solução para os problemas da mobilidade à combustão.

Fonte: Promobe