Teste: Hyundai Ioniq – Consciência limpa

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Hyundai Ioniq é o primeiro carro da marca no segmento dos ecologicamente corretos

A Hyundai quer ser uma marca ecologicamente correta. Para isso, a montadora lançou, no ano passado, o seu primeiro modelo movido a eletricidade, o Ioniq. Trata-se de um sedã de tamanho médio, com desenho futurista, posicionado entre o Accent – modelo compacto da fabricante – e o Elantra. O Ioniq inaugura a gama de carros “verdes” da Hyundai, que prometeu ter 22 modelos para essa gama até o ano de 2020.

O Ioniq é vendido lá fora nas variantes híbrido e totalmente elétrico. O design acumula linhas pronunciadas e que fortalecem a aerodinâmica. São 4,47 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,46 m de altura e 2,7 m de entre-eixos – medidas que o deixam no mesmo páreo do Nissan Leaf, carro elétrico mais vendido do mundo. O porta-malas tem capacidade para 450 litros. Quando “colocado na balança”, o elétrico sul-coreano mostra 1.500 kg, que é um peso aceitável para carros sedã. Um detalhe importante é sua ênfase na aerodinâmica, que apresenta um coeficiente de 0,24 Cx.

A plataforma do Ioniq é exclusiva para todos os modelos ecológicos da marca. Não há nada em comum com a base de outros modelos conhecidos da Hyundai. A grande diferença tem a ver com o fato de que 53% da estrutura é feita de aços ultra resistentes, com algumas partes fabricadas em alumínio (como capô, tampa do porta-malas, teto e algumas peças da suspensão). Tudo isso permitiu rebaixar alguns quilos do peso, algo necessário considerando o grande pacote de baterias de polímeros de lítio instalado por baixo dos assentos traseiros e do espaço da mala.

Como base mecânica, o Ioniq utiliza um motor elétrico de 88 kW – o que equivale a 120 cv de força. Esse motor, alimentado por baterias de polímeros de lítio de 28 kWh, apresenta um torque de 30,08 kgfm disponível imediatamente desde a inércia do carro (característica dos motores elétricos). De acordo com a Hyundai, o modelo pode alcançar 165 km/h de velocidade máxima e acelera de zero a 100 km/h em 9,9 segundos, com autonomia máxima para percorrer até 280 km.

Por dentro, o habitáculo se assemelha muito ao que se vê nos outros Hyundai. Há qualidade nos acabamentos, ainda que não sejam feitos de materiais luxuosos, já que são construídos de matérias primas ecológicas, como cana de açúcar, madeira em pó e pedra vulcânica, assim como plásticos reciclados. O painel de instrumentos é composto por uma tela TFT de sete polegadas com resolução de 1280×720 pixels que não só mostra o diagrama de fluxos de energia, mas também adapta o estilo de leitura de acordo com o modo de funcionamento em que se usa o carro (Normal, Eco e Sport). Atrás do volante, há duas paletas que se assemelham ao paddle shift de uma caixa de câmbios, mas que, na verdade, têm função de selecionar o nível de retenção e de recarga que o motor elétrico produz quando se tira o pé do acelerador.

Para recarregar a bateria do Ioniq, são necessárias de seis a sete horas de conexão com a tomada doméstica, de 110 volts. Caso a tensão seja de 220 volts, o tempo diminui e fica entre quatro e cinco horas. Com o sistema de carga de alta potência oferecido em alguns postos de gasolina, é possível recarregar até 80% da capacidade das baterias em apenas 24 minutos.

Em matéria de segurança, há sete airbags, controle de estabilidade, assistente de partida em ladeiras e sensor e câmara de ré. Além disso, o veículo conta com sensor de ponto cego e alerta de tráfego cruzado. Nos Estados Unidos, o Ioniq elétrico tem preços que partem dos US$ 29.500 – cerca de R$ 93.500. Já a variante híbrida, que combina um motor a combustão com um propulsor elétrico, tem preço que começa em US$ 22.200 – aproximadamente R$ 70.300.

Primeiras impressões

Como em todo carro com chave presencial, basta pressionar o freio e acionar o botão de ligar para dar a partida no Hyundai Ioniq. Não há nenhum barulho ou ruído que demonstre o funcionamento do motor, a não ser um indicador verde no painel digital.

Com o seletor na posição “D”, tudo acontece normalmente como em um carro convencional automático, exceto pela ausência de ruído. Os 30,08 kgfm de torque fazem a aceleração inicial ser incrível, com bastante agressividade se o pedal for pressionado com vigor ou suave se o acionamento for leve.

A direção funciona muito bem. Ela é bastante direta e conecta de forma adequada o carro ao asfalto. Já a suspensão imprime um trabalho “mais dinâmico do que ecológico”, que não tem a ver apenas com a resposta do motor, mas também com o bom equilíbrio entre conforto e esportividade. Em termos gerais, trata-se de um bom sedã para uso diário, cômodo para todos os ocupantes, agradável de usar em todo tipo de rota e muito fácil de dirigir.

Fonte: Motor Dream