GM e Stellantis investem na Niron Magnetics para desenvolver componentes para carros elétricos livres de terras raras

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A GM Ventures e a Stellantis Ventures se uniram a outros investidores para angariar US$ 33 milhões de financiamento adicional para a Niron Magnetics, uma empresa que desenvolve ímãs Clean Earth patenteados com base em Nitreto de Ferro, eliminando o uso de terras raras em veículos elétricos e outras tecnologias.

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GM Ventures e Stellantis Ventures se juntaram a uma crescente lista de investidores que recentemente angariaram US$ 33 milhões em financiamento adicional para a Niron Magnetics – uma empresa que desenvolve ímãs Clean Earth patenteados com base em Nitreto de Ferro que funcionam sem terras raras ou outros materiais críticos usados nos carros elétricos atuais.

A Niron Magnetics é uma empresa de tecnologia derivada de um programa da Universidade de Minnesota que busca eliminar a mineração de terras raras prejudicial ao meio ambiente, substituindo esses materiais preciosos por alternativas mais limpas.

Atualmente, a propriedade intelectual da empresa consiste em 30 patentes concedidas e outras 20 pendentes, mas sua estrela atual (especialmente no mundo dos carros elétricos) é a tecnologia de ímãs Clean Earth patenteados da Niron, que utiliza Nitreto de Ferro para criar ímãs que mantêm alta magnetização, mas não contêm materiais de terras raras.

No mês passado, a tecnologia foi nomeada como uma das Melhores Invenções de 2023 pela TIME – uma conquista admirável após uma década de desenvolvimento. Com instalações de produção-piloto já em funcionamento em Minnesota, a Niron acredita que sua tecnologia livre de terras raras pode possibilitar uma revolução no design de futuros motores de carros elétricos, sistemas de transmissão e outras tecnologias adjacentes.

As divisões de investimento de duas grandes OEMs – GM e Stellantis – notaram o progresso da Niron Magnetics e abriram seus cofres para apoiar a empresa na busca de escala, esperançosamente limitando as cadeias de suprimentos e promovendo uma tecnologia de carros elétricos mais sustentável.

Niron expandirá a produção de ímãs para carros elétricos sem terras raras
De acordo com um comunicado do fabricante de ímãs Clean Earth divulgado esta manhã, a empresa obteve mais US$ 33 milhões em financiamento. Além do financiamento inicial da GM e Stellantis, os investidores anteriores Shakopee Mdewakanton Sioux Community (SMSC) e a Universidade de Minnesota (UMN) também participaram da rodada.

Em uma chamada com GM e Niron ontem, houve menção de alguma exclusividade com a montadora americana após seu novo investimento (embora não tenha revelado o valor investido). Como nenhuma empresa está compartilhando detalhes financeiros, não podemos dizer se a Niron priorizará o envio de seus ímãs para VE sem terras raras para qualquer uma das montadoras, mas ambas estão provavelmente no topo da lista. Uma terceira na lista é o Volvo Cars Tech Fund, que investiu anteriormente na Niron Magnetics, garantindo três grandes montadoras de veículos no rolodex atual do desenvolvedor de ímãs.

Há cerca de 40 anos, a equipe de P&D da GM descobriu e comercializou o primeiro material de ímã permanente de terras raras de alta potência do mundo. O investimento da GM Ventures na Niron Magnetics encerra o ciclo de inovação em ímãs especializados com base em uma rica história da GM. O Clean Earth Magnet da Niron pode ajudar a GM a tornar os EVs mais acessíveis para seus clientes usando materiais mais abundantes.

Com novos fundos disponíveis, a Niron Magnetics se sente capacitada a aumentar a produção piloto para apoiar programas de prototipagem de clientes fortalecidos, seguidos por pequenas corridas de produtos em pequena escala. Esta tecnologia ainda está a pelo menos alguns anos de distância de ser implementada em EVs da GM, Stellantis ou Volvo nas estradas, mas a tecnologia livre de terras raras parece mais próxima do que nunca com o apoio de mais dois importantes OEMs.

O que são terras raras?
Terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos, dos quais 15 pertencem à família dos lantanídeos (elementos com número atómico entre Z=57 e Z=71, isto é do lantânio ao lutécio), aos quais se juntam o escândio (Z=21) e o ítrio (Z=39), elementos que ocorrem nos mesmos minérios e apresentam propriedades físico-químicas semelhantes.

As terras raras são encontradas em uma quantidade apreciável de minerais, sendo os mais importantes, no mundo, bastnaesita, monazita, ion adsorption clays, xenotima e apatita.

As terras raras são consideradas “raras” por apresentarem propriedades muito similares, serem apenas conhecidos em minerais oriundos da Escandinávia e por serem de difícil separação. No entanto, alguns deles são comparativamente abundantes na composição crostal da Terra.

Aplicações
As terras raras são utilizadas em uma ampla gama de aplicações tecnológicas, incluindo:

Eletrônica: terras raras são utilizadas na fabricação de componentes eletrônicos, como motores elétricos, geradores, transformadores e sensores.
Defesa: terras raras são utilizadas na fabricação de armas, munições e equipamentos militares.
Energia: terras raras são utilizadas na fabricação de painéis solares, turbinas eólicas e outros dispositivos de geração de energia.
Medicina: terras raras são utilizadas na fabricação de medicamentos, implantes e outros dispositivos médicos.
Indústria: terras raras são utilizadas na fabricação de vidro, cerâmica, tintas e outros produtos industriais.
O Brasil possui grandes reservas de terras raras, principalmente na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. No entanto, a exploração dessas reservas ainda é incipiente.

A importância das terras raras é crescente, devido ao seu uso em tecnologias de alta tecnologia. O controle do fornecimento de terras raras é considerado um fator estratégico para o desenvolvimento econômico e militar das nações.

Fonte: Engenharia é