Portugueses já compraram mais carros elétricos este ano do que em 2017

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Nos primeiros seis meses do ano foram vendidos 1868 veículos sem emissões

Os portugueses compraram mais carros elétricos nos primeiros seis meses deste ano do que em todo o ano passado. Até junho, foram vendidos 1868 automóveis movidos só com baterias elétricas, mais do dobro (156,2%) do que na primeira metade de 2017, segundo os números ontem divulgados pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal. A maior consciência ambiental e os benefícios fiscais e económicos ajudam a explicar este crescimento.

“As pessoas estão cada vez conscientes dos benefícios ambientais destes veículos e as marcas têm cada vez mais oferta”, justifica Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, ao Dinheiro Vivo. “Há muito mais informação sobre as vantagens económicas destes automóveis”, acrescenta Henrique Sánchez, presidente da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos. “Sabe-se que há incentivos fiscais para a compra destes automóveis e que, por exemplo, não se paga o estacionamento nos parques da EMEL. Além disso, há cada vez carros com maior autonomia, o que desmistifica uma dos preconceitos sobre estes automóveis”.

Renault e Nissan dominam mercado dos veículos elétricos
O mercado automóvel começa a refletir esta realidade. A Renault e a Nissan são as marcas que mais vendem carros elétricos em Portugal. Na primeira metade do ano, os franceses comercializaram 631 veículos sem emissões, mais 80,3% do que nos primeiros seis meses do ano passado; os japoneses venderam 608 elétricos, mais do triplo do que no período homólogo de 2017.

A Smart é a terceira melhor marca elétrica nacional. Vendeu 211 carros até junho, graças às versões a bateria dos modelos Fortwo e Forfour. Citröen e BMW fecham esta tabela com 156 e 152 veículos registados, respetivamente.

Portugal, no entanto, ainda tem vários obstáculos para os automóveis elétricos, como os postos de carregamento rápido. “É urgente que comecem a ser pagos, para colocar alguma ordem na rede pública e para rentabilizar o investimento feito pelo Estado”, avisa Henrique Sánchez (ver texto “Atraso na cobrança de carregamentos elétricos custa 29 mil euros por mês aos contribuintes”). Helder Pedro acrescenta que esta rede “tem de ser consolidada nos próximos anos”.

Quando esta situação for resolvida, espera-se que o mercado de carros elétricos possa tornar-se cada vez mais relevante e represente muito mais do que 1,2% do total de carros ligeiros vendidos em Portugal nos primeiros seis meses deste ano.

Fonte: Diário de Notícias – Portugal